Anybody Out There

No feriado terminei de ler o livro "Anybody Out There" da Marian Keyes. Nunca tinha lido livros desta autora. Já a conhecia de nome e seus livros sempre me chamaram a atenção pelas capas coloridas, mas nunca tinha tido vontade de lê-los. Num domingo de Março, durante um passeio no shopping, entrei na Saraiva e me deparei com o livro da foto. Fiquei encantada com a capa e resolvi ver do que se tratava. Folheei o livro um pouco e comprei. Aliás, o preço estava muito bom, R$22,00 por uma edição em Inglês, formato pocket book.
O livro foi meu companheiro inseparável nas últimas semanas. Praticamente eu o li durante o trajeto casa-trabalho-casa. Mesmo quando não encontrava lugar para sentar no ônibus, eu lia assim mesmo, em pé.
O livro me emocionou muito. Me fez rir e chorar, literalmente. A história começa com a protagonista, Anna Walsh, toda arrebentada. Ela está se recuperando de um grave acidente e está na casa de sua mãe. Anna é irlandesa e tem 30 e poucos anos. Nada sabemos do acidente, tudo é revelado aos poucos por meio de flashbacks. Sabemos apenas que Anna quer voltar para os Estados Unidos, mais precisamente para New York para retomar o seu trabalho e reencontrar o amor da sua vida, Aidan. O que mais a perturba é a falta de contato de Aidan, e isso a faz sofrer imensamente. Ela então consegue convencer sua mãe que precisa voltar para New York e viaja em busca de respostas e para voltar a viver a sua vida, que ficou em suspensão uns 3 meses por conta do acidente.
A narrativa do livro é uma alternância do momento presente e do passado. A história é bem estruturada, vai nos mostrando tudo aos poucos. Eu fiquei com a mesma sensação que Anna tem, de estar perdida, sem entender o que passa. Além do drama do amor perdido, o livro tem muitos momentos engraçados. Pois Anna é um tanto atrapalhada e tem uma família bem amalucada. Os momentos de sua vida profissional garantem ótimos momentos no livro. Mas é um livro que não se pode falar muito sobre os detalhes da história, pois perderia sua força. O ideal é lê-lo como eu fiz, sem saber praticamente nada e assim conseguir se envolver e se emocionar com os acontecimentos.

Quem estiver interessado em ler o livro PARE a leitura do post AQUI. Vou comentar sobre detalhes da história.




Tem certeza que quer ler??? Não quero estragar a leitura de ninguém....





Bom, então prossiga!





O livro me emocionou muito porque o Aidan, marido de Anna, morreu. Isso só é revelado no meio do livro. Anna está num estado de tristeza e negação da realidade. Enquanto ela ainda acha que ele vai voltar, ela fica enviando e-mails para ele todos os dias. Nestes e-mails comenta de coisas cotidianas e pergunta porque ele não a procura mais. É o jeito de ela sentir que ele está próximo. Isso me tocou muito porque eu tenho este costume. Sempre que Wally viaja eu escrevo um monte de e-mails para ele, mesmo sabendo que dificilmente ele vai conseguir me responder, mas escrevo mesmo assim, pois é o jeito de "conversar" com ele e matar as saudades. A cena em que ela "descobre" que o marido morreu é impactante também. Ela sonha com ele e no sonho ela pergunta como ele conseguiu estar ali sendo que ele está morto. Ela leva um choque com o sonho, e eu também levei. A partir deste ponto o livro foca-se em mostrar como ela tenta lidar com a nova realidade. Tudo é colocado de uma maneira bem real, pois mostra como a dor do luto é solitária. Por mais que todos tentem ajudá-la, depende somente dela a superação da perda. Ela tem que aprender a conviver com a ausência do homem que tanto ama, aprender a ser feliz novamente, mas sem esquecer do Aidan e tentar transformar toda a dor numa lembrança bonita. Enfim, é um livro que me emocionou muito porque infelizmente eu sei o que é vivenciar o luto e porque me assombra viver uma situação como a dela. Deve ser muito duro perder o seu amor assim de repente, num acidente. Ela tinha um companheiro de vida e de repente se viu sozinha e teve reaprender a viver assim. O final me tocou muito, ela tentou por diversos meios entrar em contato com o marido morto, não conseguiu. E no final tem um sonho com ele. Ele vem visitá-la e diz que a ama e que sempre estará com ela, mas que ela tem que continuar a viver e tentar ser feliz, que a vida dela não pode parar. Chorei mesmo. Eu já tive sonhos assim com o meu pai, é algo valioso. Quando isso acontece eu penso que ele veio me visitar, e fico feliz. Enfim, é um lindo livro sobre como lidar com a perda de uma pessoa querida. É um livro que mostra que é possível ser feliz depois da perda. Não é fácil, mas o tempo ajuda muito.



Comentários

  1. olha, não vou ler o livro, e gostei de ler seu post. nó na garganta aqui só de imaginar o que seria perder o marido, a parte mais importante da minha família...

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  2. Eu li tudo, pq vc já me conhece, né? Sou curiosa!
    Mari

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  3. que legal, eu ando devorando desirée, mas ainda não terminei. eu tenho muita frustração de não conseguir ler os livros no idioma original. beijos, pedrita

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  4. Lu, eu também fico emocionada e apavorada só de pensar nisso.

    Sugar, é só pegar o livro em casa! ;)

    Mari, eu sabia que você ia ler...espero que tenha gostado! ;)

    Pedrita, eu gosto de ler no idioma original sempre que possível. Mas confesso que ler em Português é bem mais fácil e cômodo. Mas ler em Inglês é um bom desafio, além de ser uma ótima prática para o idioma. Claro que tem muita palavra desconhecida, mas quase sempre dá para saber o significado pelo contexto onde a plavra foi aplicada. Dificilmente eu recorre ao dicionário, tenho preguiça.

    Beijos

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  5. Ai, não sei... como te disse preciso de uma "Bridget Jones" nesse momento... onde todos são ricos, lindos e felizes... bem assim... esse fica pra mais tarde!!! hehehehe

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  6. marion, eu tenho muita dificuldade de me contentar em saber só o contexto. adoro beber palavras e acabo sofrendo tanto ou parando tanto que desisto. beijos, pedrita

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  7. Que legal que gostou! Não li a segunda parte do post, pois pretendo ler o livro *um dia* :-)
    Agora comecei a ler A Menina que Roubava Livros. Estou gostando do jeito de escrever do autor =)
    Beijos!!

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  8. Do jeito que ando num momento "questionando as perdas", ler um livro assim seria pior que descascar cebola! Confesso que sempre tive um certo preconceito com os livros-mulherzinha da Marian Keyes, mas lendo sua resenha até me deu vontade de ler. E as capas sempre me lembram "O Pequeno Príncipe"...rs!

    P.S.: adorei conhecer você e o Wally!

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  9. Ainda não li essa autora, mas agora fiquei curiosa. Tá bom!!! Eu parei de ler ali mesmo!

    A capa é linda, adorei!

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  10. Demian,então é melhor escolher um livro mais alegre mesmo!

    Pedrita , eu adoro um dicionário, mas não curto ficar procurando as palavras durante uma leitura, quebra o ritmo.

    Rê, eu queria ser como você... ler assim aos montes! Eu sou uma leitora bem preguiçosa!

    Fê, ela é ótima! Eu agora quero ler os outros livros! Adorei te conhecer também! Aliás, assim que terminar de responder estes comentários vou colocar as fotos do encontro no blog!

    Camila, o livro é ótimo! Vale a pena ler !

    beijos

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  11. Oi Pedrita.

    Eu já li todos os livros da Marian Keyes que foram lançados em português, menos esse último: "Los Angeles" mas é claro que ele não me escapa.

    Não gosto muito de ler em inglês. Como você disse, em português é mais cômodo mas às vezes dou uma praticada.

    Bjs.
    Elvira

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  12. Adouro os livros dela! Aliás, sou uma voraz consumidora de chick-lit ;)

    Esse aí eu ainda não li, mas com uma capa fofa assim, tb teria comprado, com certeza.

    bju!

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  13. Elvi, eu pretendo ler todos os outros livros! Virei fã!

    Helen, a capa é linda, né? Eu quero agora ler os outros livros, pois adorei o estilo dela.

    Beijos

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  14. Não li tudo, pois odeio descobrir as coisas antes... mas me parece muito legal a estória! Gosto muito de quando são os flashbacks que revelam, aos poucos, aquilo que ficamos malucos pra descobrir tudo de uma vez. Inclusive, estou precisando pegar algum livro pra ler, porque se eu esperar o término da leitura da bíblia pra começar outra coisa, já viu, né?

    Cheers!

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  15. spoiler! rs Li esse livro e miacabei de chorar, apesar de que a morte dele nem foi surpresa, eu meio que tava esperando por isso desde o começo... Vc tem que ler todos! O melhor pra mim é "Férias". Leia na ordem que fica mais engraçado (a Anna era hippie, por isso é tudo quando ela vira Patricinha!): Melancia, Férias, Angels, e Anybody out there. A única irmã q não tem livro ainda é a Helen. Mas o melhor livro da Marian é "Last chance saloon". Ah, e comprei o último dela, Charming man, algo assim. beijoca

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