Desapego




Li esta semana uma notícia sobre um site que incentiva a troca de livros. Pelo que eu entendi funciona assim: você se inscreve no site, gera um cadastro para o livro e informa onde ele será deixado para a troca. Quem pegá-lo vai ao site e informa que pegou, assim o ex-dono do livro pode saber por onde anda o seu exemplar. A idéia é compartilhar o conteúdo de um livro que a pessoa já leu e está esquecido na estante. Eu achei a idéia bem bacana, mas não sei se entraria nessa. Talvez eu estaria disposta a trocar um livro que eu tenha gostado mais ou menos, mas nunca colocaria a disposição um livro que me emocionou. Eu me apego ao livro quando é assim e quero guardá-lo, mesmo sabendo que dificilmente o lerei novamente.
Uma coisa que eu preciso melhorar em mim é o desapego. Eu tenho dificuldade de encerrar as coisas, seja sair de um trabalho ou cortar laços com alguém. Sempre me envolvo demais com tudo e acabo demorando muito tempo para colocar um ponto final. Mas também quando tomo a decisão é para sempre, sem retorno. Talvez esta seja a única vantagem, pois como a idéia fica pairando na minha cabeça por muito tempo, acabo refletindo muito sobre os prós e contras e quando a decisão sai , ela está madura, a salvo de arrependimentos. Quando eu mudei da casa para o apartamento da minha mãe tive que me desfazer de algumas coleções de revistas e foi muito difícil. Eram revistas ( Superinteressante, Capricho e Bizz) que eu guardava há anos e tinha carinho por elas. Mas no apartamento não caberiam, então resolvi doar. Foi triste. Parace bobagem, mas eu fiquei triste mesmo quando vi minhas revistas indo embora. Na época eu guardei apenas uma coleção: Bizz Letras Traduzidas. Lembro que na época da mudança elas se perderam e eu achei que as tinha perdido para sempre. Fiquei arrasada mesmo. Elas foram encontradas e continuam no apartamento da minha mãe, assim como os meus LPs, pois em meu apartamento eu não tenho lugar. Sei que lá estão bem guardados. Se eu fico assim com coisas materiais, quando o assunto é encerrar um relacionamento, seja namoro ou amizade ( sim, nem sempre as amizades são para sempre...) eu fico realmente mal. É difícil manter a distância, mesmo sabendo que é o melhor para mim. Se gosto mesmo da pessoa, fico em uma luta interna entre o lado racional, que diz para me afastar, e o lado emocional, que diz que ainda há "conserto" para a situação. É bem complicado mesmo. Muitas vezes já desejei ser uma pessoa mais desapegada, pois certamente as coisas seriam mais fáceis. Mesmo quando eu terminei com o "falecido" foi sofrido, e olha que a situação do namoro já estava feia na época. Quem sabe este site de livros não seja um bom início para aprender a ser desapegada ? Quem gostou da idéia da trocas de livros clique AQUI.

Comentários

  1. eu tb não gosto de desfazer dos meus livros. acho que se fizesse isso compraria um igual a um que tenho aqui. ai, vc tb é apegadaaaaa. vixe, é difícil hehe. tb sou assim. as minhas revistas, pra não acumularem, preciso dar pra pessoas que vão aproveitá-la. não consigo jogar fora. eu adoro minha coleção de claudia. beijos, pedrita

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  2. Eu me apego muito às coisas também, Patry. Quando resolvo fazer aquela faxina, até me assusto com a quantidade de coisas velhas e desnecessárias que fico juntando, até mesmo sem perceber. E também reajo da mesma forma que você no tocante aos fins de relaionamentos. Engraçado, nunca tinha associado o apego material ao emocional, mas não é que faz sentido? Apesar que, mesmo esse apego material tem um quê de emocional. Explico: normalmente me apego a coisas materiais que me tragam algum tipo de lembrança, que, de uma certa forma, me fazem reviver algo do passado. Bobagem, né? Afinal de contas, as melhores lembranças que podemos ter são aquelas que ficaram na memória mesmo...

    Beijo!

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  3. Pedrita, você imagina como eu sou apegada às coisas! Hoje por falta de espaço eu melhorei. Revistas por exemplo, eu leio e mando tudo para reciclagem. Guardo algumas somente, que tenham alguma reportagem especial para mim, como entrevista com a Madonna.

    Fê, não é bobagem não. Eu também me apego às coisas que me façam lembrar alguma coisa. Sou emotiva ao extremo, com tudo! E o lado de guardar coisas sempre tem um quê de emocional.

    Beijos

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  4. Oi Marion,

    Eu também não tenho esse desapego todo não. Tenho dificuldades em me desfazer das minhas coisas. Ás vezes tenho uma pena de dar dó ...

    Bjs.
    Elvira

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  5. Eu acho que não sou muito apegada não, Marion. Sofro só um pouquinho quando preciso me desfazer das coisas que gosto ou me separar das pessoas (exceto minha familia, sem eles eu não sou ninguém). Mas logo passa. Até gosto de abrir espaço p/ o novo.
    Bjs

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  6. Elvi, é difícil mesmo se desfazer das coisas.

    Miss Oak, que bom que você tem um pouco de desapego. E tem razão, sempre é bom vivenciar coisas novas e para isso precisamos muitas vezes nos desfazer das antigas.

    Beijos

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  7. Acho que eu sou a pessoa mais desapegada do mundo. Nas minhas diversas mudanças deixei coisas, família e amigos para trás. E na época que eu estava no colégio nao existia a internet! Algumas pessoas pude encontrar agora com o orkut, mas eu sempre me mudei sem pensar no que deixava pra trás.
    Um dos meus maiores exemplos de desapego foi qdo me mudei pra Buenos Aires. Eu tinha vários móveis que poderia usar em um novo apê em SP, mas resolvi vender uma parte e dar outra e partir pra realizar meus projetos. Deixei uns livros na casa da minha prima e ela me disse: "Que desapegada vc é. Eu nao sairia deixando minhas coisas por aí". Devo concordar com ela.

    Bjs,

    Mari

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  8. Muito interessante este aspecto do desapego, pois percebo que tb. sou bastante apegada a minhas coisas, mas assim como vc. tive que me desafazer delas em alguns momentos da minha vida ( mudanças de casas, necessidade de espaço, material ultrapassado, etc). Parece que fica um vazio, mas logo,logo já há novos ojetos...E o ciclo inicia-se, novamente. RSRSRSRSR.

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  9. Mari, se fosse possível eu pediria para vc me doar um pouco do seu desapego! risos


    Tininha, e é muito bom o ciclo recomeçar! :) E é muito bom ber vc comentando aqui, viu leitora invisível!!!

    Beijos

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  10. Ei, dá uma lida no meu último post! Alguns vão me criticar, mas tenho certeza que VOCÊ vai me entender! Bjão!

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  11. Patry, eu sou super apegada às coisas e às pessoas. E para mim, que passei os ultimos anos da minha vida mudando de ca pra la, é bem dificil.
    Mas ao mesmo tempo, as vezes revejo umas coisas que guardei e elas nao tem mais sentido, entao jogo fora sem do. Mas a maioria me traz algo.. entao para mim arrumar armarios é uma viagem ao passado. Adoro ficar mexendo em tudo.. e arrumar que é bom, nada!!
    Sobre pessoas, nem falo.. sou super apegada e muitas vezes nao consigo me desligar. Me sinto como um trem, que so vai acrescentando vagoes, sem nunca deixar nada para tras. Eh muito dificil alguém ter ficado para tras na minha vida propositalmente.. ela tem que ter feito algo bem grave..
    Beijo!! Gostei do post, me inspirou para escrever também.. logo tem mais no meu blog!

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  12. Cris, que bom que o post te serviu de inspiração. :) Aguardo pelo seu post!

    Beijos!

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  13. Bem, eu sou de câncer com ascendente em câncer... preciso dizer mais algo?

    Sim, eu sou legal!

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  14. Meus livros são preciosos pra mim, até os que não gosto tanto. Conheço esse site e achei a idéia legal, até não me importaria de me desfazer de um livro se tivesse certeza de que funciona - duvido que aqui no Brasil alguém que encontre o livro vai ler. É mais fácil algum moleque estragar ele e jogar fora depois da "brincadeira". Talvez seja pessimismo meu, sei lá. Bem, mas eu adoraria encontrar um livro por aí, seria uma bela surpresa =)
    Beijos!!

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  15. O desapego é uma questão de hábito.
    Comece com pequenas coisas e você vai ver que não é tão difícil assim. Se eu, uma taurina possessiva consegui, você também consegue !

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  16. duas vezes por ano eu dou um monte de coisas! Mas tem coisa que nem dá em mim, ou q sei q nunca vou ler, q não me desfaço má nem morta!

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