Comecinhos


Estou ainda nas primeiras páginas do livro The Charming Man. A leitura ainda anda vagarosa, ainda não me envolvi com a personagem principal, ela ainda é quase uma estranha para mim. As primeiras páginas de um livro sempre representam um desafio, salvo quando os livros eram do Harry Potter, pois é tudo novo. E sempre encarar uma nova realidade é algo desconfortável estranho, afinal não se sabe onde está pisando. Todos os começos são um pouco complicados. Pois representam um desafio de encarar o desconhecido, é a gente entrando em contato com novos padrões e tendo que se adequar a eles. Eu em geral não desisto fácil, insisto, tento encontrar um maneira boa de interagir com a nova realidade. Quando eu fui fazer faculdade em Bauru o primeiro mês foi dificílimo. Eu estava sozinha no mundo pela primeira vez, sem os meus pais por perto, sem os amigos também. Eu não conhecia ninguém por lá, pior, nunca tinha estado naquela cidade antes. Chorei quando meus pais me deixaram lá. Mas dominei o medo e a minha timidez. Eu precisava interagir com as pessoas que eu mal conhecia, morar com gente que eu nunca tinha visto antes. Cenário de horror para qualquer tímido. Mas eu fui em frente, mesmo com medo, inseguranças e tudo mais. Em pouco tempo aquela cidade tornou-se a minha casa, onde eu tinha os meus amigos, onde eu tinha uma vida intensa. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Já pensou se eu tivesse desistido quando o medo me atacou? Claro que tive momentos difíceis por lá, mas depois que passei pelo momento mais difícil de falar não para minha mãe quando ela disse que eu não precisava ficar lá, que eu poderia voltar para casa, eu sabia que era capaz de superar tudo.
Num casamento o início também é a fase mais complicada, pois são duas pessoas que têm que aprender a conviver com as tarefas cotidianas, a conviver com a pessoa real que existe atrás do amor da sua vida. É difícil ver que aquele que a gente ama tem os defeitos de uma pessoa normal, que ele não é um ser mágico e sim uma pessoa como a gente que pode acordar de mau humor e chegar cansado em casa. É um choque de realidade. No meu caso tive minhas dificuldades, mas o fato de ter morado com tanta gente diferente, com costumes diferentes, me ajudou. Eu já sabia que dividir a casa com alguém era uma tarefa complicada, mas que depois dos primeiros choques poderia se tornar algo muito bacana.
Por isso nunca podemos desistir logo de cara, com as primeiras dificuldades. E por isso que vou continuar a ler o livro, pois que sei que daqui a pouco a leitura vai engrenar e eu vou ficar vidrada na história da Lola. Mas uma coisa eu tenho que admitir, o que mais está emperrando a minha leitura não é o meu estranhamento com a história e sim a falta de tempo para ler. Por incrível que pareça, a minha vida de demitida está muito mais agitada que a minha vida de trabalhadora. E eu que esperava curtir umas férias extras...

Comentários

  1. E a coragem de comecar um blog então, de mante-lo?
    Já me aconteceu com vários livros que li, alguns engataram, e outros simplesmente li até o fim somente para saber como terminava o conto. Afinal, se comprei ou ganhei é por algum motivo :-)

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  2. Amor, é manter um blog ativo é um ato que precisa de esforço, pois é muito mais fácil desistir!

    Eu já larguei muito livros pelo começo, mas com certeza o Charming Man não será deixado delado não. :)

    Beijos

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  3. Começos são um desafio mesmo. Por mais que a gente tenha vontade de conhecer algo novo, a vontade de voltar ao que já é familiar vem, já que assim ficamos mais confortáveis. Mas geralmente o novo acaba tornando-se agradável.
    E em muitos casos eu sinto isso com livros tbm. Se acabei de ler um livro que gostei muito, fico meio chateada por o livro novo ser tão diferente, pois queria continuar aquilo que eu gostava. Mas nada que algumas páginas depois não se resolva :)
    Beijos!

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  4. Rê, eu também sinto saudades do livro que acabei de ler. Fico sentindo falta das personagens...E hoje consegui adiantar bem a leitura do livro novo e já estou mais apegada à história.

    Beijos

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  5. Eu acho que demorei muito pra ter uma experiência dessa. Só ano passado saí de casa, pra outra cidade onde não conhecia quase ninguém, uma lugar totalmente diferente, pessoas de costumes diferentes, mas o que mais eu sentia (e sinto) falta é da minha mamãe também. Acho que a gente só ganha com este tipo de experiência. Hoje, veja só, até lavo minha roupa, arrumo meu quarto. Sou o orgulho da mamis, hahaha!! E engraçado, que no meu período de férias forçadas parece que não sobra tempo pra nada mesmo. É porque a gente tem o tempo tão limitado pela vida corporativa, que esquece de viver (e como dizia um amigo, vida é aquilo que acontece enquanto a gente trabalha, hahah!). E num desiste do livro não! Uma hora engrena! Eu levei dois anos pra terminar de ler Ulisses do James Joyce, mas a sensação de vitória quando a gente acaba é recompensadora,rs!!! Beijos!

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  6. Amor, aliás estou pra te dizer isso a séculos... Calma! Tuas frigideiras estão aqui (esperando nosso próximo encontro - semana que vem com a visita da Fátima?), não é isso não... É que eu preciso reestimular meu inglês que ficou pra trás... dae que queria saber se vc tem uns livrinhos bobinhos e bem level 1 assim, pra começar? hehehehe

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  7. Tak, concordo! A gente vive quando não está trabalhando, portanto eu estou vivendo a full! E não desisti do livro não, hoje eu engrenei na leitura de vez!

    Demian, não são frigideiras! risos Mas entendi a mensagem mesmo assim! :) Então, eu vou procurar um livro para você, deve ter algum guardado na casa da minha mãe.Se não me engano tem lá um exemplar de Jane Eyre para estudantes. ÓTIMO!
    Beijos

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