Encontro Às Cegas





Apesar de hoje ninguém mais se chocar com uma mulher solteira que viva sozinha e que não tenha namorado, é muito difícil para uma mulher vivenciar esta situação. Ela recebe cobranças e olhares de reprovação de todo lado. Por mais bem sucedida que seja na área profissional, vão considerá-la uma fracassada por não ter alguém ao seu lado.  É isso tudo que Lucía, protagonista do livro "Encontro Às Cegas" da autora argentina Carolina Aguirre, vivencia. Ela tem 30 anos, é solteira, gordinha e vive sozinha.  Para piorar tudo, sua irmã mais nova anuncia que vai se casar. Claro que depois disso ela vira a encalhada da família e descobre que sua mãe e sua irmã fizeram uma aposta, se Lucía aparecesse na festa de  casamento com um namorado, a mãe bancaria todas as despesas da festa. Claro que isso deixa Lucía arrasada, pois a mãe só prometera pagar tudo pois considerava a filha mais velha incapaz de arranjar um namorado.  Assim começa o livro e é o mote para a autora fazer reflexões sobre a vida amorosa de uma mulher solteira. A busca pelo namorado é atribulada e faz Lucía se questionar se ela realmente quer alguém ao seu lado ou se quer apenas seguir um padrão de comportamento para que as pessoas parem de atormentá-la.


A narrativa do livro é em forma de diário e é bem dinâmica e divertida. A  personagem nos conta tudo sem pudores, tende a ser fazer de vítima em alguns momentos, mas é corajosa o suficiente para saber quais são seus piores defeitos, aqueles que afastam as pessoas dela e que ajudam os relacionamentos naufragarem.  Ela resolve arrumar um namorado para provar para a mãe que ela era capaz de arranjar alguém, não precisava amar o candidato , mas tinha que construir uma relação para que o namoro parecesse real aos olhos da mãe. Grande ironia, ela queria mostrar verdade para a mãe dela a partir de uma mentira. Mas não a condeno, com uma mãe como a dela, eu provavelmente faria a mesma coisa. A mãe dela é muito cruel, sempre faz comentários depreciativos em relação à filha.  Um horror. 


Gostei muito do livro, a Mari acertou em cheio no meu presente de aniversário. O livro me fez rir muito, mas também me fez ficar angustiada algumas vezes. É muito triste ver como as pessoas tentam impor às outras o jeito certo de se viver. O pior é este tipo de pressão vir da família que, ao invés de apoiar, coloca-se como maior carrasco da pessoa que está fora do padrão de comportamento dito como o certo. Todo mundo passa por isso em algum momento da vida, não é fácil, mas a gente tem que continuar no nosso caminho e ser quem a gente é, viver de acordo com nossas convicções e não seguir o caminho que os outros consideram certo. A protagonista do livro aprendeu isso no meio de suas desventuras amorosas. E o namorado? Ela achou? Isso eu não conto. Só lendo o livro para saber.  :)
Mari, obrigada pelo presente!  :)

 

Nota da blogueira: Este livro teve sua origiem no blog "Ciega a Citas", que fez muito sucesso na Argentina entre 2007 e 2008.  Eu encontrei o blog e  li alguns posts. Fiquei com a impressão que o livro é uma copilagem integral dos posts. Pena que o blog não  tem um arquivo de posts bem organizado, é impossível organizar as postagens mais antigas para ler na ordem. Para piorar, o blog mudou de endereço no meio da históra e , atualmente,  o endereço novo é um site que nnada tem a ver com o blog e não achei  rastro dos posts por ali. Para quem tiver curiosidade, este é o link onde tudo começou :http://ciegaacitas.wordpress.com/el-principio/  .


Comentários

  1. Eu gosto de livros assim, apesar de levinhos fazem a gente pensar em várias coisas, inclusive mostram (mesmo que meio exagerado) algumas características sociais bem dispensáveis mas que muitos tem... vou anotar a dica pra ler qualquer hora! :)
    Beijos!

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  2. Que bom que gostou! Eu tb me sinto assim como a autora do livro às vezes. Minha mão não é assim, mas sou trintona, solteira e moro sozinha. Pra piorar, todos meus irmãos já estão casados! Bjs.
    Mari

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  3. Rê, o livro expõe situações bem verdadeiras, apesar do certo exagero que faz parte dos livros em tom de comédia. Gostei muito e acho que você vai gostar também.

    Mari, eu escapei por un triz de viver a situação do livro, me casei aos 30, mas já encarava alguns perguntas sobre namorados e afins. Mas aprendi que as pessoas nunca estão satisfeitas, basta a gente casar que fica todo mndo pressionando para ter filhos. Assim, o jeito é sermos quem somos e ignorar as cobranças alheias!

    Beijos

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  4. Assisti à série(algumas partes) no canal argentino da Net. Achei bem divertida! Não sabia que tinha um livro, só conheci o blog e a série mesmo.

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  5. Bruxa, que legal que vc viu a série. Eu estou bem curiosa para vê-la. O livro vale a pena.

    Beijos

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  6. Eu sinceramente li e não achei nada demais. Não sei se depois do arrasador O DIÁRIO DE BRIDGET JONES tudo me parece um tanto quanto forçado e menos inteligente - já que segue a mesma linha. Eu o ganhei, tb me diverti rapidamente em algumas partes, mas eu não teria a menor dúvida em trocá-lo por outro, caso pudesse!!!

    Gostei do seu blog e estou te seguindo.

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    Respostas
    1. Oi Rachel! Seja bem-vinda! Eu sou fã do livro da Bridget Jones ( do primeiro, pois o segundo eu achei fraquinho), acho que este aqui, apesar do tema ser 'mulher solteira procura', é diferente do livro da BJ, outro mundo e outras situações. O maior problema deste livro é que o final ficou óbvio na metade do livro. Beijos e sempre apareça por aqui!

      Beijos

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