Leonera


Fui ao cinema na Argentina pela primeira vez nesta viagem. Eu queria muito ir ao cinema lá e ver um filme argentino, encarar um filme em espanhol sem legendas. Geralmente eu entendo bem o espanhol, mas ainda tenho alguns problemas em compreender o que os porteños falam. O espanhol de lá é bem peculiar, o sotaque é bem diferente e as pessoas falam rápido. Lembro que na primeira vez que fui lá conhecer a família do Wally não entendia quase nada. Parecia outra língua, pois eu aprendi o espanhol do Paraguay, sotaque com o qual estou mais do que acostumada. Hoje eu entendo bem, mas se falam muito rápido comigo eu me perco. E claro que não sei as gírias de lá, aí tenho que ficar perguntando para o Wally o que é.
Não tive problemas para entender o filme, somente não compreendi alguns palavrões, mas nada que comprometesse o entendimento da história.
Fomos numa sala da rede de cinemas Hoyts no shopping Abasto. Gostei muito da sala, bem confortável. Sala com lugares marcados. Desde que cheguei em Buenos Aires queria ver o filme Leonera, pois o Rodrigo Santoro trabalha nele. Naquele dia passamos na frente do cinema e a sessão do filme começaria em 10 minutos, aproveitamos a chance e fomos ver o filme.
Leonera (Argentina/2008) começa de uma maneira bem leve, a abertura do filme conta com uma canção infantil muito fofa e com desenhos "traduzindo" a letra da canção. É o único momento leve do filme que já começa com uma cena onde há muito sangue. É isto que a jovem Julia (a ótima atriz Martina Gusman) vê quando acorda. Ela também está coberta de sangue. Parece não saber o que aconteceu, está atordoada. O espectador também não fica sabendo exatamente o que aconteceu naquele apartamento, sabemos apenas que houve um assassinato, a vítima é o namorado de Julia e ela é acusada pelo crime. Ela vai parar na cadeia e por estar grávida vai para um presídio especial onde as presas ficam com os filhos. É algo bem estranho, é uma cadeia creche mesmo, onde há até uma escolinha para as crianças. Pela lei da Argentina o filho de uma presa pode ficar com a mãe até completar 4 anos. Aquela prisão cheia de crianças é algo incômodo, a realidade da cadeia é dura e as crianças vivenciam tudo aquilo. O filme retrata a vida de Julia na cadeia, sua luta para tentar se livrar da condenação, tentando jogar a culpa em Ramiro (Rodrigo Santoro lindo e atuando muito bem em espanhol), amante de seu namorado e que estava no apartamento no dia do crime.
Eu gostei do filme, mas não me envolvi muito com a história, pois fiquei com raiva da protagonista. A achei egoísta por sempre querer ficar com o filho sem ter condições para isso, não consigo dar razão para ela. Algumas cenas me impactaram como a briga da Julia com sua mãe e um dos encontros dela com Ramiro.
Wally não gostou, acho que só gostou da cena em que aparece um cachorro na cadeia, cena surreal aliás. Mas ele deu a definição perfeita para o filme: um road-movie a pé. As personagens andam muito o tempo todo, é algo marcante no filme. Uma coisa merece destaque: a barriga de grávida de Julia. Perfeita! São mostradas fases diferentes da gravidez e em todas as cenas a barriga parece real.


Comentários

  1. Amor, apaga o comentário acima, é spam. Não clica no nome, eu recebi um desses também.

    E sim, é um road-movie a pé, com muitas portas. Quem viu entende.

    ResponderExcluir
  2. tb não sei se conseguiria acompanhar um filme em espanhol. o que mais me incomoda é não poder beber as palavras gota a gota. entender por alto nunca foi o meu forte. gosto de ir fundo nas palavras, vou ficando nervosa em não entender tudo detalhadamente. beijos, pedrita

    ResponderExcluir
  3. Amor, obrigada pelo aviso. Já apaguei! É esqueci de comentar das portas!

    Pedrita, eu também não gosto de entender as coisas pela metade, mas com este filme foi tranquilo. E eu gosto muito do idioma espanhol. Acho lindo!

    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Eu gostei do filme. Achei bem denso. Bjs,

    Mari

    ResponderExcluir
  5. putz, o amante assassina o namorado e a namorada que vai presa, ainda por cima grávida? cansei do filme só de ler o post!... rs

    ResponderExcluir
  6. Mari, é um filme forte.

    Lu, na verdade não é revelado quem foi o assassino. Nem ao menos fica-se sabendo o que realmente aconteceu naquele apartamento, como nem a Julia sabe quem é o pai da criança.

    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Marion... Posso te dar uma explicação boa sobre a moça querer ficar com o filho? Ela é a mãe!

    :D
    E, olha só... Foi aprender espanhol paraguaio... :P

    ResponderExcluir
  8. Tati, eu diria que é uma mãe egoísta, pois a vida do menino naquela cadeia não era nada adequada. Fiquei com raiva mesmo da protagonista.
    Aprendi espanhol do Paraguay pq minha família é de lá, meu pai nasceu lá. :)

    Beijos

    ResponderExcluir
  9. Eu tbm vi o filme e durante o tempo em que estive sentada na cadeira do cinema fiquei pensando o que talvez seria melhor pra aquela criança. Acredito que na vida real o ambiente da cadeia seja até pior que aquele. Não tenho filhos, mas, hoje, acho que, se os tivesse, não iria querer que ele estivesse ali, naquele ambiente viciado, violento e inapropriado.
    Com 4 anos a criança tem muita noção das coisas ao seu redor.

    mari

    ResponderExcluir
  10. Mari, pensamos do mesmo jeito. A Julia foi egoísta e não pensou no bem estar do filho, que aliás é um menino muito fofo no filme, né?

    Beijos

    ResponderExcluir
  11. Vou procurar o filme. Não sei se já assisti a alguma produção argentina. Mas tem que ser com legenda :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Vamos, comente!!!

Postagens mais visitadas deste blog

Viajando Na Pandemia

A Tripulação

Papiers à la Mode