Leitora participativa
Quando uma reportagem me empolga ou causa algum tipo de revolta eu costumo enviar um e-mail para a revista com a minha opinião. Isso não é muito freqüente ,pois fico com preguiça para escrever o e-mail, então acabo só escrevendo quando é algo que mexe mesmo comigo. E acho muito bacana quando vejo que a minha carta foi publicada na edição seguinte. Já tive cartas publicadas na Super Interessante, Revista da Folha, Marie Claire, TPM e Claudia. A última é esta da foto, que saiu na revista Claudia deste mês. Eu demorei a notar que a minha carta havia sido publicada, pois quando a revista chegou eu passei o olho rapidinho pela página de cartas dos leitores e como não vi nada sobre o assunto de visto de residência por casamento, que era a outra reportagem sobre a qual eu comentei, eu desencanei e só muitas horas mais tarde fui achar meu nome lá, quando parei para ler os comentários das leitoras. Na verdade esta publicação não me empolgou muito, pois praticamente reescreveram o meu comentário e não gosto quando alteram o que eu escrevo. O que eu escrevi foi este texto abaixo:
"A edição da revista do mês de fevereiro trouxe duas matérias que fizeram parte da minha vida. Em Página da Vida a história da leitora que conheceu o marido pela internet é bem similar a minha. Conheci meu marido numa sala de bate-papo e 10 meses depois estávamos casados, e completamos em janeiro 7 anos de casamento. E a minha história se mistura com os casos relatados na reportagem sobre o casamento para obtenção de visto de residência..."
Na revista colocaram algo tão exclamativo que ficou muito exagerado, fiquei como uma leitora deslumbrada, mas ao menos escreveram o meu sobrenome direitinho. Acho que o pessoal famoso deve sofrer com as entrevistas alteradas em revistas e jornais, é muito chato você ler algo creditado à você e ser diferente do que foi dito ou escrito. Se eu fosse famosa eu seria como o Cacique Juruna, andaria com um gravador à tiracolo, para gravar todas as entrevistas que eu concedesse, para ter provas do que eu disse. Uma vez publicaram uma carta minha na Marie Claire que ficou totalmente distorcida, mudaram tanto o que eu escrevi que saiu o oposto da minha opinião. Fiquei bem brava na época, claro que escrevi reclamando e é claro que ninguém da revista deu atenção. Mas ao menos eu desabafei.
No caso da Claudia fiquei mesmo frustrada porque nem tocaram no outro assunto, que era o que de fato me motivou a escrever. Na revista do mês passado foi publicada uma reportagem sobre as brasileiras que casam com estrangeiros para obterem o visto de permanência nos países em que vivem. A reportagem relatava as dificuldades da obtenção do visto, o que é algo real, mas o enfoque me desagradou, pois colocava as brasileiras como coitadinhas e estes países como carrascos, que só querem dificultar a vida das brasileiras. Então escrevi para dizer que aqui no Brasil era a mesma coisa, que um estrangeiro sofre para obter o visto de permanência, que o trâmite é tão severo como no exterior. Ou seja, a reportagem criticava algo que acontece da mesma forma aqui, coloca os outros países como vilões se ao menos notar que aqui os estrangeiros passam pelos mesmos problemas para se legalizarem. É muito curioso com ninguém nunca relata em reportagens as dificuldades dos estrangeiros aqui, parece até que basta chegar aqui e ficar. Se alguém quer fazer tudo dentro da lei para ficar no país sofre com o trâmite burocrático, lento e muitas vezes invasivo. Passei por tudo isso e acho injusto quando colocam os brasileiros que vivem no exterior como vítimas que são perseguidos pelas autoridades estrangeiras, pois aqui é igual e ninguém liga para os estrangeiros. Uma pena que esta parte da minha carta foi totalmente ignorada pela revista, acho que não gostaram de ter o enfoque da reportagem questionado. Mas mesmo assim não me arrependo de ter escrito, pois acho muito válido darmos nossa opinião, mesmo quando ela não é levada em consideração. E vou continuar escrevendo para as revistas sempre que tiver motivação para tanto.
"A edição da revista do mês de fevereiro trouxe duas matérias que fizeram parte da minha vida. Em Página da Vida a história da leitora que conheceu o marido pela internet é bem similar a minha. Conheci meu marido numa sala de bate-papo e 10 meses depois estávamos casados, e completamos em janeiro 7 anos de casamento. E a minha história se mistura com os casos relatados na reportagem sobre o casamento para obtenção de visto de residência..."
Na revista colocaram algo tão exclamativo que ficou muito exagerado, fiquei como uma leitora deslumbrada, mas ao menos escreveram o meu sobrenome direitinho. Acho que o pessoal famoso deve sofrer com as entrevistas alteradas em revistas e jornais, é muito chato você ler algo creditado à você e ser diferente do que foi dito ou escrito. Se eu fosse famosa eu seria como o Cacique Juruna, andaria com um gravador à tiracolo, para gravar todas as entrevistas que eu concedesse, para ter provas do que eu disse. Uma vez publicaram uma carta minha na Marie Claire que ficou totalmente distorcida, mudaram tanto o que eu escrevi que saiu o oposto da minha opinião. Fiquei bem brava na época, claro que escrevi reclamando e é claro que ninguém da revista deu atenção. Mas ao menos eu desabafei.
No caso da Claudia fiquei mesmo frustrada porque nem tocaram no outro assunto, que era o que de fato me motivou a escrever. Na revista do mês passado foi publicada uma reportagem sobre as brasileiras que casam com estrangeiros para obterem o visto de permanência nos países em que vivem. A reportagem relatava as dificuldades da obtenção do visto, o que é algo real, mas o enfoque me desagradou, pois colocava as brasileiras como coitadinhas e estes países como carrascos, que só querem dificultar a vida das brasileiras. Então escrevi para dizer que aqui no Brasil era a mesma coisa, que um estrangeiro sofre para obter o visto de permanência, que o trâmite é tão severo como no exterior. Ou seja, a reportagem criticava algo que acontece da mesma forma aqui, coloca os outros países como vilões se ao menos notar que aqui os estrangeiros passam pelos mesmos problemas para se legalizarem. É muito curioso com ninguém nunca relata em reportagens as dificuldades dos estrangeiros aqui, parece até que basta chegar aqui e ficar. Se alguém quer fazer tudo dentro da lei para ficar no país sofre com o trâmite burocrático, lento e muitas vezes invasivo. Passei por tudo isso e acho injusto quando colocam os brasileiros que vivem no exterior como vítimas que são perseguidos pelas autoridades estrangeiras, pois aqui é igual e ninguém liga para os estrangeiros. Uma pena que esta parte da minha carta foi totalmente ignorada pela revista, acho que não gostaram de ter o enfoque da reportagem questionado. Mas mesmo assim não me arrependo de ter escrito, pois acho muito válido darmos nossa opinião, mesmo quando ela não é levada em consideração. E vou continuar escrevendo para as revistas sempre que tiver motivação para tanto.
bacana amiga. realmente espaços em revistas são muito pequenos e na edição ficam contraditórios às vezes. ainda mais que às vezes eles gostam de enfatizar o que dá mais ibope e pronto, vemos algo que não é tão importante como a chamada da matéria. recentemente vi uma matéria de um cd de um músico ter no destaque um tempão a maysa cantando só pq a tv queria pegar carona na minissérie. sendo que o músico lançava um cd com muita gente conhecida e bacana, mas nenhuma música que a maysa cantava. irritou um pouco tb. mas enfim. beijos, pedrita
ResponderExcluirÉ, eles editam mesmo, é péssimo. Nem tem espaço pra publicar tudo, ninguém manda só notinhas :-) Eu confesso que tenho preguiça de escrever, principalmente porque geralmente leio revistas beeem atrasada e aí o assunto já acabou faz tempo :)
ResponderExcluirBeijos!
Oi, Patry. Como jornalista, concordo que mudam os textos dos entrevistados, porque os depoimentos têm que ancaixar com o espaço disponível, que às vezes vezes é de uma frase. Resumir tanto assim nao é fácil! hahaha...
ResponderExcluirPor outro lado, sobre o tema da luta por estar legal em um país que nao é o nosso, eu conheço essa epopéia. Sou residente na Argentina, mas ainda não tenho o DNI, que seria mais ou menos como o RG no Brasil, ou seja, fundamental. Estou pensando em comprar um bolo pra comemorar os 3 anos que vai completar desde a primeira vez que dei entrada nos meus papéis na Migraçao daqui. É um tramite lento.... hahaha
Beijocas.
A nossa opinião é valida, mesmo que não concordem conosco. Sempre opino, sim. Tenho direito. Pq calar a voz? Tb só leio o que quero, não sou obrigado o que não quero. O que devemos ter são opições de leitura. Gostei do seu texto.
ResponderExcluirUm abraço.
Pedrita, em geral é isso mesmo, dão destaque ao assunto que vai chamar mais atenção.
ResponderExcluirRê, eu entendo as razões da edição das opiniões, só não me conformo com edições exageradas e que mudam o sentido. Ah, eu tb leio muita revista antiga!
Mari, seu trãmite aí está mais lento do que o do Wally aqui! É muito difícil mesmo!
Franzé, eu acho que temos mesmo que opinar, eu quando acho que devo reservo um tempo e escrevo para dar a minha opinião. :) Que bom que gostou, volte sempre!
Beijos