Cisne Negro
O sentimento que aflorou em mim enquanto eu assistia ao filme "Cisne Negro" (USA/2010) foi respulsa. Repulsa pela mãe da Nina (Natalie Portman). A mãe sufoca a filha ao tentar realizar através dela suas frustrações por não ter sido uma grande bailarina. Domina a filha infantilizando-a, fazendo que uma mulher de 28 anos se comporte como uma menina de 10. Totalmente dependente da mãe e fragilizada emocionalmente. Realmente fiquei com raiva daquela mulher. Pela Nina senti pena. Nada mais do que pena. Não consegui sentir simpatia por ela.Talvez porque a fragilidade emocional dela tornou o filme inverossímil, e se eu não acredito na história não consigo ter uma ligação emocional com os personagens. Uma pessoa tão instável como a Nina nunca chegaria ao posto de primeira bailarina. Nunca uma companhia ia se arriscar a ter como protagonista de um espetáculo uma pessoa sem estrutura psicológica para tal. Não posso dizer que odiei o filme, mas fiquei muito longe de gostar para valer. Natalie Portman está muito bem no papel, mereceu o Oscar, mas acho que exageraram um pouco na composição da personagem. Ficou frágil demais, inocente demais. Faltou um pouco de traquejo profissional, afinal a Nina não era uma iniciante. Na época em que o filme estava nos cinemas muito se comentou que ele retratava como a vida das bailarinas era sofrida. Não foi isso que vi em cena, mostrou apenas que é uma vida de muitos ensaios e dedicação. Sei que há muita dor física na vida de uma bailarina, mas no caso de Nina, sua dor física, salvo em uma cena que machuca o pé ao ensaiar além do que podia, é provocada por ela mesma. Em seus surtos ela se machuca. Assim o filme não pode de jeito algum ser colocado como um retrato fiel da vida das bailarinas. Fiquei com a impressão que a intenção do diretor do filme era chocar a audiência com as cenas de delírio de Nina. Não me chocou, achei algumas forçadas demais. Faltou um pouco de sutileza nas cenas, principalmente nas mais sangrentas, algumas vezes me deu a sensação de estar vendo um filme barato de terror. Mas algumas cenas me encantaram, como a dança do cisne negro. Ela dançando com asas negras ficou encantador. Em geral as cenas de dança me agradaram muito, principalmente as cenas da estréia do espetáculo. Gostei muito também da Lily (Mila Kunis) que deu ao filme um toque de entusiasmo, contrastando com toda a angústia da Nina. No final fiquei um tanto decepcionada. Li tanto sobre este filme que fiquei com um expectativa exagerada. Esperava muito mais emoção, esperava por uma história mais forte. Mas gostei de ter visto. Matei a minha curiosidade.
Por outro lado o filme nos ensina sobre o comportamento humano. Quase sempre ao contemplar um artista, em seu auge, nunca imaginamos que ele também é um ser humano e que vive pelos problemas, tais quais inseridos no filme.
ResponderExcluirque lindo cartaz! sim, repulsa! e eu tive mais repulsa depois q soube q proibiram e esconderam a dublê para não interferir no oscar. eu tinha certeza q era dublê pq só um bailarino atuante poderia fazer boa parte dos passos. mas tentar ludibriar essa informação só aumentou a repulsa. exatamente, as provas de seleção são muito pesadas, pessoas com problemas emocionais não passam. eu me incomodei com as cenas de dança pq a edição q dava o efeito, no fundo cortaram quase tudo. eu me arrependi de ter visto, na verdade nem queria, mas minha mãe insistiu. mas eu achei q o filme foi muito longe da minha nenhuma expectativa. beijos, pedrita
ResponderExcluirEste filme é um embuste e uma sucessão de clichês. Desta leva de oscars "Por um mundo melhor" é muito superior.
ResponderExcluirMachado, no filme acho que exageraram na fragilidade da personagem. Um astro só é astro porque tem uma personalidade forte em algum ponto, ela não tinha nada. Pobre Nina.
ResponderExcluirPedrita, nas primeiras cenas do filma dá para notar que a Natalie não é bailarina, faltou a leveza da bailarina que ela não conseguiu reproduzir. Algumas cenas dá para notar que é outra pessoa dançando. Não deviam ter escondido a dançarina dublê. Sabe, eu tinha muitas expectativas em relação ao filme. Mas vi que foi muita propaganda à toa.
Enaldo, concordo com você, muitos clichês. Ainda não vi "Por um Mundo Melhor". Vou procurar ver.
Beijos
marion, minha mãe tb tinha muita expectativa sobre o filme. ela ficou bem chateada e arrependida de ter gasto aquele dinheirão pra assistir. afinal os ingressos do cinema estão caríssimos.
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