Evita



Estava ansiosa para ver o espetáculo "Evita". Desde que anunciaram a montagem do musical aqui em São Paulo, eu estava em contagem regressiva.  Só comprei  o ingresso para praticamente um mês após a estréia por causa da incerteza da viagem do Wally. Ele estava em um viaja-não-viaja interminável, que resolvi comprar ingresso para um data bem distante,  para garantir que ele estaria aqui para ir comigo. E deu certo. Ontem fomos ao teatro Alfa assistir à peça. 
Eu sempre fui fã da Evita, desde criança me afeiçoei à ela. Sempre chegaram a mim histórias que ela havia sido uma mulher muito boa e linda. Assim criei uma admiração por ela que carrego até hoje. Sempre tive curiosidade para ver esta montagem e  a música "Não Chores Por Mim Argentina" sempre me emocionou e admito que fui ao espetáculo esperando especificamente por este momento.  Confesso que tinha receio de curtir só esta parte do espetáculo e achar o resto chato. Mas gostei muito de tudo. O espetáculo é envolvente. 



O espetáculo conta a história de Evita desde que era uma moça pobre do interior e sua ascensão, até virar a primeira-dama da Argentina. Na foto umas das cenas da primeira parte do espetáculo, quando ela ainda não conhecia o Perón e estava chegando em Buenos Aires.  É uma das poucas cenas quem há de fato um cenário.  Na maior parte do espetáculo tudo é branco. Nas paredes brancas do palco são projetadas imagens reais da Evita, sempre de acordo com a época representada no palco.  Gostei muito deste recurso, foi impactante e me emocionou. São imagens que retratam todas as etapas de sua vida. 



O elenco é bem grande, em muitas cenas estão todos no palco.  A história é narrada por Che Guevara (Fred Silveira), que não se contenta em apenas narrar a vida de Evita, ele faz comentários críticos e muitas vezes irônicos, sempre questionando a bondade de Evita. O que poderia fazer o personagem ficar antipático aos olhos do público, é um dos grandes trunfos do espetáculo. Che Guevara é carismático, canta ótimas canções e dá um toque de humor em um história melancólica, afinal  a mocinha  morre cedo. Gostei muito mesmo do Che Guevara, Fred Silveira está de parabéns pela performance vigorosa!  Evita é interpretada lindamente por Paula Capovilla. Adorei a voz da atriz. A achei perfeita no papel. Juan Perón é interpretado por Daniel Boaventura.  Já é a terceira vez que vejo o Daniel no palco, ele é um ótimo ator e cantor, e desta vez me deparei com uma interpretação mais contida. E faz sentido, afinal, ele interpreta um general, não dá para fazer uma interpretação mais solta como o Che Guevara. Perón é marcado pela sisudez praticamente o espetáculo todo. O que difere completamente dos outros papéis intepretados pelo Daniel Boaventura em outros musicais. 
O musical é claramente uma homenagem à Eva Perón, mas não se furta de fazer críticas ao modelo político que ela estava vinculada e também questiona se ela realmente foi tudo o que dizem. Mas o que fica no final de tudo é a imagem que sempre tive dela, uma mulher boa, que não era santa,  que realmente ajudou seu povo como pode e que , sem dúvida, foi uma mulher muito forte, que conseguiu impor respeito em uma época em que as mulheres praticamente não tinham voz.  





Nota da blogueira: O espetáculo é 100% musical. Não há diálogos. Tudo é cantado. Nas performances solo dos atores eu consegui entender tudo. Mas em algumas canções onde o elenco todo cantava ficava difícil a compreensão da letra. Talvez a entonação das canções em estilo de ópera tenha provocado este problema de compreensão. Ou talvez tenha sido problema de tradução mesmo. 

Nota da blogueira 2: Eu assisti ao espetáculo no balcão central. Um ótimo lugar e garante uma visão ampla do espetáculo e também da orquestra. Gostei de poder observar os músicos durante o espetáculo. Wally adorou poder ver a performance do baterista da orquestra. 


 

Comentários

  1. OI Marion
    Evita em esse estilo meio ópera também, como Os Miseraveis, mas confesso não ser o meu musical favorito, tenho ainda um receio pelo filme. Infelizmente não verei, adoro o Daniel, ele é fantastico e eu via Paula no começo do ano qunado fui assistir Mamma Mia.
    Que bom que gostou.
    Bjo

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  2. deve ser uma bela produção. beijos, pedrita

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  3. Gammelo, eu tenho implicância com óperas. Não gosto mesmo. Mas em Evita é bem leve a influência operística, mas se fosse mais forte eu não ia gostar.

    Pedrita, vc iria adorar.

    Andressa, obrigada pela visita!

    Beijos

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  4. eu também gostei muito de Evita!!!

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  5. Ahhh e o Daniel Boaventura me pareceu desconfortável em palco. Parece que o mesmo aconteceu na noite em que vc foi assistir...

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  6. Delaidinha, então, eu lembro que vc comentou sobre o Daniel e aí fiquei prestando atenção nele. E realmente achei que é do papel mesmo. Pq é contraste ENORME entre ele e o Che Guevara. Mas é pelo personagem mesmo... afinal na peça é muito cativante, coisa que com o Perón não acontece.

    Beijos

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