Quarentena Dia 245 - Uno, Dos, Tres, Catorce!

 



Desde sábado recomecei a minha contagem dos 14 dias  para saber se peguei ou não a COVID-19 por ter ido ao show. Até agora tá tudo sossegado, continuo sentindo o cheiro do incenso do vizinho diariamente e estou bem disposta. Mas somente no dia da eleição do segundo turno eu estarei completamente tranquila. E bem neste dia começarei nova contagem, afinal, seção eleitoral também é uma área de risco, né? 

A minha vida nesta quarentena é uma contagem eterna até 14! Sempre que acho que me expus ao vírus, recomeço. Já aconteceu de uma contagem encavalar na outra.  Por mais neurótica que eu seja com as medidas de prevenção, há momentos que eu acho que cometi algum deslize e que posso ter tido um risco alto de ter me contaminado. Fazer a contagem é um jeito de me sentir segura, pois a cada dia sem sintomas é um dia a menos de preocupação. Tem funcionado bem comigo. Tento ser racional para fugir da paranóia. 

Com a segunda onda já mostrando que está chegando, a vontade que tenho é ficar enclausurada aqui e não sair para nada. Mas ao mesmo tempo, não tenho coragem de regredir as aulas de canto para o modo virtual. Me faz tão bem ter estas aulas e ter um razão rotineira para sair de casa. É bom ter alguma parte da vida que me faça lembrar da minha rotina antiga, que me faça  sair do meu casulo. 

Depois de tantos meses aqui dentro, confesso que tenho medo de desenvolver algum trauma e realmente surtar quando tiver que sair à rua e conviver com outras pessoas.  Afinal, uma hora isso vai ter que passar e a vida vai retomar a sua levada normal. Não posso ter medo, pois isso pode me travar e posso demorar para me desvencilhar deste pavor. 

Eu vivi algo parecido uma vez, há mais de 10 anos, quando fui assaltada na rua. Eram 10 da manhã, estava aqui perto de casa. O celular tocou e fui atender, do nada o ladrão apareceu numa moto, me jogou no chão e levou o celular.  Acho que levei um ano para conseguir passar no mesmo quarteirão sem passar mal. Uma vez a sensação foi tão ruim que fiquei meses evitando aquele caminho até ter coragem de enfrentá-lo de novo. Por isso, na pandemia resolvi que não ficaria 100% trancada em casa, que me permitiria sair um pouco, sempre tomando dos os cuidados.  

Hoje é quase tranquilo sair de casa perto do que era no começo da pandemia. Claro que em dias em que me deparo com muitos desmascarados, como no dia da eleição, bate um medinho importante, mas mudo de calçada e sigo meu caminho. 

No dia do show  travei uma batalha épica comigo mesma para me permitir curtir o momento e abafar o medo da situação até o show acabar. Deu certo. Agora estou aqui contando um dia de cada vez e logo chegarei no catorze são e salva!



Nota da blogueira: claro que este post está sendo escrito ao som da música de onde tirei o título do post. Ouvir Vertigo me fez lembrar dos shows que já fui do U2 e agora estou sorrindo. Música é como mágica! :) 





Comentários

  1. nossa, eu vivo fazendo essas contas. fui votar, fiz tudo "certo" mas é fato que tinha muita gente. eu volte e meia acho q estou mesmo com a síndrome da cabana. mas eu já tenho algumas ações de trabalho, felizmente, e acabo tendo que sair mesmo que brevemente e com todas asa precauções. se cuide. beijos, pedrita

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