Quarentena Dia 227 - Rolê de Carro

 

Esta semana não tive aula de canto, então não saí do apê nenhum dia. Foram cinco dias sem colocar o pé fora de casa e isso pesou. Eu precisava mudar de cenário um pouco, Wally e eu então saímos para dar um rolê de carro, já que estava uma chuva persistente e chatinha o dia todo.  Andar de máscara, guarda-chuva e óculos é uma complicação só! Assim o rolê de carro me pareceu bem mais prático para este sábado chuvoso. 

Foi muito bom passear e matar um pouco a saudades que sinto da minha cidade.  Acho que andamos  por um pouco mais de uma hora. Não paramos em lugar algum. Como era perto da hora do almoço até surgiu o tópico se arriscaríamos almoçar fora. Fiquei tentada! São sete meses que não pisamos em um restaurante e sentimos saudades.  Mas ainda não foi desta vez que tive coragem de matar esta saudade. 

Eu como libriana boa que sou, sempre tive uma dificuldade crônica para fazer escolhas. Com a pandemia isso ficou muito pior. Fico até atordoada quando o assunto é decidir ir ou não a um restaurante, cinema ou shopping. Acontece uma batalha épica na minha cabeça! A saudade da minha vida pré-pandemia vem com força total, me fazendo acreditar que não vai ter problema se escolher um lugar seguro para ir e em um horário pouco movimentado. Mas o meu lado a chata da COVID-19 chega com um turbilhão de informações sobre os riscos que estarei correndo apenas para satisfazer um capricho, pois precisar ir a um restaurante, não preciso, né?  Aí chega um momento que fico incapaz de tomar alguma decisão.  E deixo tudo pra depois. 

Notei que esta vontade de sair para comer fora vem me rodeando com muita frequência no último mês.  Isso me perturba, fico com a sensação que depois de tanto esforço para seguir tudo certinho, vou fraquejar agora. Mas nem isso eu consigo decidir se seria um fracasso ou apenas uma atividade para dar um gás para eu aguentar o isolamento mais um pouco. 

Enfim, tenho vivenciado dias de forte conflito interno e com isso os dias muitas vezes ficam mais difíceis de 'vencer'. Mas uma escapada ajuda muito. O passeio de carro me ajudou bem hoje. Foi muito bom encontrar a minha cidade novamente, mesmo sem ter saído do carro. O dia ficou mais suave e alegre. 

Mas a pandemia é isso mesmo, uma luta constante entre encarar toda esta tragédia ou negar a realidade. A longa duração da pandemia faz que o cotidiano de quarentenista fique parecendo uma missão de impossível de cumprir.  Mas não é! E vai passar!

Nota da blogueira: ontem para despistar a vontade de ir ao boteco, pedimos os petiscos do Boxixo Carioca que tanto amamos e sentimos saudades!  Foi muito bom e nosso jantar ficou com cara de sexta-feira no boteco!