Quarentena Dia 68 - Falta de Certezas

Ontem estava passando uma reportagem na TV sobre a vida na quarentena e a repórter perguntou à entrevistada do que ela sentia mais falta. A moça respondeu que sentia falta de certezas.  Eu me identifiquei muito com esta resposta, pois é o que mais falta nestes dias. Não sabemos nada de nada e estamos em uma espera que parece eterna. 

Não sabemos quando tudo vai voltar ao normal e, quando voltar, se será realmente a nossa rotina de antes ou algo adaptado para acomodar uma vida com o vírus sempre presente. Isso me aflige. Sempre gostei de ter certezas sobre as coisas e agora estou rodeada de incertezas. 

Uma das coisas que mais me aflige é não saber quando poderei visitar a minha mãe, quando a gente vai poder sair para passear juntas. Enfim quando poderei compartilhar novamente minha rotina com a minha mãe.  Junho está chegando e vamos completar 3 meses de afastamento. Falo com ela todo santo dia, seja por telefone ou via videochamada. Claro que isso ameniza a distância, mas não é o suficiente. 

Outra certeza que queria ter é quando voltarei a trabalhar no escritório da firma e como será. Onde eu trabalhava não atende nenhuma das normas novas de distanciamento de pessoas. O espaço não acomodaria todos os funcionários se as estações de trabalho fossem distanciadas umas das outras. E como ficaria? Home office para metade de nós?  Ou para todos nós? Tento não pensar muito sobre isso, mas tem dias que a encanação vem forte. 

A cada  dia a situação piora aqui no Brasil. O desgoverno continua firme e forte. Todos os dias são centenas de mortes registradas por COVID-19 e o país já contabilizou mais de 23 mil mortes no total. E o presidente da nação continua agindo como se nada de grave estivesse acontecendo. Finge que não é com ele. Isso me deixa muito mal e muito apreensiva com o futuro no nosso país. Este homem vai acabar com a gente. Já viramos vexame no exterior por causa dele. É um desconforto horrível ter que lidar com isso e com as pessoas que ainda apoiam este ser. 

As incertezas e a falta de governo no âmbito federal me angustiam muito. Anda difícil mesmo. Ontem chorei pela primeira vez por causa de tudo isso. Falhei na tentativa de ser forte o tempo todo. Mas a caminhada ainda será longa e já estou melhor. A meta é sair bem e saudável de tudo isso aqui. E vou conseguir!

É difícil, mas vamos superar tudo isso. Não podemos esmorecer. Não podemos nos deixar levar pelo pessimismo. Esta é a nossa maior luta, a luta pela nossa saúde emocional. Fiquem bem!