Quarentena Dia 365 - Terminando O Primeiro Ano De Quarentena

 



Quando der meia-noite, terminará o ciclo do meu primeiro ano de quarentena. Passei o ano inteiro fazendo somente o que a pandemia me permitia e isso foi bem pouco. Um ano seguindo à risca todas as recomendações, um ano saindo muito pouco de casa, sobrevivendo e escapando do coronavírus. 

Chego até aqui exausta de tudo e conformada que ainda terei longos meses pela frente nesta mesma levada. Mesmo exausta, posso afirmar que estou bem. Não fiquei doente neste período, continuo empregada e o lado emocional, mesmo cambaleante, está bem. Resumindo, sigo firme e sem nenhuma intenção de desistir de continuar fazendo o certo. 

Mas foi um ano pesado. Um ano em estava acompanhada de muita tensão  toda vez que saí do meu apê. Não importa se fosse apenas para dar uma volta no quarteirão ou ir ao supermercado. A tensão estava lá como companheira fiel.  Sonho com o dia que poderei sair de casa com alegria, sem medo de trazer o vírus para cá. 

Um ano inteirinho sem poder cumprimentar o Wally toda vez que ele volta do trabalho. É impossível me acostumar com o fato que não posso beijar ou abraçar o meu marido quando ele retorna do trabalho. É um desconforto enorme ter que esperar ele tomar banho para poder cumprimentá-lo. Mas não há o que fazer.  

Durante este período, visitei a minha mãe algumas vezes e sempre com a tensão ao meu lado. Sempre com medo de levar o vírus até ela. Sempre desconfortável no apartamento dela, sempre analisando cada movimento meu, prestando atenção na distância que estava dela e na minha máscara. Não havia espaço para relaxar e ficar em paz por lá. 

O que me salva do desespero é ter minha mãe já vacinada com as duas doses da Coronavac. Pelo menos esta tranquilidade eu tenho. Nunca vou esquecer a emoção que senti quando ela tomou as doses da vacina. 

Um ano inteirinho onde o meu apê foi o meu mundo. Um ano inteirinho sem poder fazer nada sem analisar todos os riscos de contágio, um ano vivendo refém da pandemia. Um ano me empenhando diariamente para continuar bem. Pelo menos isso eu acho que consegui. 

Vamos ver o que o segundo ano de quarentena me reserva. Só espero, sinceramente, que o segundo seja o último. 



Comentários

  1. eu nem lembro a data. tudo muito estranho. angustiante. assim que tudo foi parando eu só ficava dizendo adiado em tudo. o adiado que nunca voltou. eu estou bem angustiada essas semanas com a calamidade que se instalou. se cuida. beijos, pedrita

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