Quarentena Dia 421 - Haja Equilíbrio!

 

Se a pandemia tivesse chegado um pouco antes, este desenho seria bem fiel à minha realidade, pois eu teria ainda o Sam comigo, meu amado gatão preto que virou estrelinha em 2019. Mas o tempo é senhor da razão e a pandemia chegou na hora que tinha que chegar. Eu acho que não conseguiria lidar com a pandemia e os cuidados com a diabete do Sam ao mesmo tempo. 

A pandemia representa para mim uma grande dinâmica de gerenciamento de stress, sempre equilibrando as tensões da rotina de quarentenista como uma artista de circo que fica equilibrando os pratinhos para evitar que todos caiam e gerem um grande caos. Tem dias que parece que será impossível, outros já correm mais suave. 

Quatrocentos e poucos dias depois que tudo começou, acho que posso dizer que estou conseguindo segurar todos os meus pratinhos. Não deixei o pânico me dominar, muito menos a tristeza. Claro que vez ou outra estes sentimentos me tomam de assalto, mas não jogam suas âncoras aqui não! Como este blog é testemunha, estes sentimentos ruins chegam e passam. Como tem que ser, afinal, não dá para esconder que estes sentimentos existem.  E eles são válidos e condizentes com a realidade, mas não podem virar os protagonistas da minha quarentena. A protagonista tem que ser sempre a esperança que tudo isso vai passar! 

Hoje eu senti falta do tempo que eu gastava indo e voltando do trabalho. Senti mais falta do tempo da volta ao trabalho, pois este período servia para desconectar do trabalho, deixar os estresses para o próximo dia de trabalho e chegar mais leve em casa. Agora isso não existe. Acaba o expediente e já estou aqui. Muitas vezes não consigo me desligar das coisas da firma.  É  mais um dos pratinhos que tenho que equilibrar!

É, a minha vida é repleta de pequenos detalhes que juntinhos podem representar a minha alegria ou a minha tristeza. A minha vida acontece aqui no meu apê 99% do tempo. Enquanto não posso voltar para a vida de antes, me esforço para que as pequenas alegrias cotidianas sejam mais fortes que as tristezas que me atacam por causa do caos que é a vida da minha porta para fora. E assim vou levando até o dia em que poderei escrever aqui o último post da quarentena. Será um dia emocionante, ah será!