Quarentena Dia 440 - 40 %

 


Li há pouco que a taxa de isolamento social aqui no estado mantém a média de 40% nos dias úteis. Eu faço parte desta estatística. Continuo no regime de home office e não coloco os pés na rua durante a semana. Quando saio, é somente aos finais de semana e para ir ao supermercado. Fico basicamente como a moça da ilustração, vendo a rua pela janela. Na verdade, vendo os prédios em volta pela janela, pois para enxergar a rua tenho que esticar bem o pescoço. 

Ainda bem que a tecnologia ajuda a lidar com esta situação, me ajudando a manter contato com as pessoas que faziam parte do meu cotidiano. Claro que não é a mesma coisa conversar pelo zap ou por chamada de vídeo com alguém que eu via todos os dias, mas ajuda muito.  

Tem hora que eu acho que terei fazer algum curso para reaprender a viver em sociedade. É muito surreal estar a quase 15 meses nesta vida reclusa. Sinto falta de sair despreocupadamente, de ir bater perna no shopping, de ir visitar a minha mãe sem ter que avisar antes e pedir para ela já ficar com a máscara por perto para colocar assim que eu tocar a campainha. Saudades do tempo que passava por lá sem avisar depois do trabalho, apenas para falar um oi, afofar os gatos e jogar conversa fora. 

Desde que a pandemia começou, qualquer saída gera receio. Uma simples descida até a portaria do prédio para pegar uma encomenda já me deixa encucada. Não há como não ficar,  a não ser que você faça parte da turma dos negacionistas e ache que tudo não passa de gripezinha. 

Mesmo estando cansada de tudo isso,  fico contente de estar entro desta estatística. Pois estou respeitando o privilégio que tenho de poder trabalhar em casa quando muitos precisam enfrentar ônibus e metrô lotados para ir trabalhar. Acho que sentiria vergonha de mim se ficasse zanzando por aí no meio da pandemia sem necessidade. Estou fazendo a coisa certa. Não  há outra coisa a fazer,  ficar em casa o máximo que eu consigo é o jeito de evitar me contaminar e, consequentemente, evitar de virar um vetor de contaminação. 

Enquanto a vacina não chegar à maioria da população, continuarei nesta vida indoor esperando o grande de dia de poder voltar à minha vida normal. 

 

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